TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE

Compreendendo o Transtorno e as Abordagens Terapêuticas:

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica que afeta a regulação da atenção, do comportamento e da impulsividade, ocasionando prejuízo das funções executivas (capacidade de organização, planejamento, automotivação, autocontrole, autorregulação emocional). Ele se manifesta na infância e pode persistir na adolescência e na vida adulta, impactando o desempenho acadêmico, profissional e social do indivíduo.

Os principais sintomas que envolvem o diagnóstico do TDAH se dividem em três categorias:

Desatenção – Dificuldade em manter o foco, esquecer compromissos e perder objetos com frequência.

Hiperatividade – Necessidade constante de movimento, dificuldade em ficar parado e falar excessivamente.

Impulsividade – Tomar decisões sem pensar nas consequências, interromper conversas e dificuldade em esperar a vez.

O TDAH não é apenas uma “falta de disciplina” ou “excesso de energia”. Ele está relacionado a diferenças na estrutura e no funcionamento do cérebro, especialmente em áreas como o córtex pré-frontal, responsável pelo controle de impulsos e pela regulação do comportamento, da atenção e das emoções.

Tratamentos Convencionais:

O tratamento do TDAH deve ser personalizado, levando em conta a idade, o grau de impacto dos sintomas e as necessidades do paciente. As principais abordagens incluem:

Medicação: Os medicamentos são frequentemente utilizados para ajudar a regular os neurotransmissores no cérebro, principalmente a dopamina e a noradrenalina. Os psicoestimulantes são a primeira linha de tratamento e incluem substâncias como metilfenidato e anfetaminas. Eles aumentam a atividade cerebral em áreas relacionadas à atenção e ao autocontrole. Os não estimulantes – Como a atomoxetina e a guanfacina, são alternativas para quem não se adapta aos estimulantes ou apresenta efeitos colaterais indesejáveis. Os medicamentos podem trazer benefícios significativos, mas devem ser prescritos e acompanhados por um médico especialista, pois cada paciente responde de forma diferente.

Terapias Alternativas e Complementares:

Além dos medicamentos, diversas estratégias complementares podem ser eficazes no controle dos sintomas do TDAH, especialmente quando integradas a um tratamento multidisciplinar.

a) Terapia Cognitivo Comportamental (TCC):

A TCC é uma das abordagens mais eficazes para o TDAH. Ela ajuda o paciente a desenvolver habilidades para organizar sua rotina, gerenciar o tempo, melhorar o controle emocional e lidar com desafios diários.

b) Exercício Físico e Meditação:

O exercício regular melhora a produção de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, ajudando na concentração e na regulação do humor. Atividades como ioga e mindfulness também auxiliam no autocontrole e na redução da impulsividade.

c) Nutrição e Suplementação:

Uma alimentação equilibrada pode influenciar diretamente os sintomas do TDAH. Dietas ricas em ômega-3, ferro, zinco e magnésio podem ajudar na função cerebral.

d) Canabidiol (CBD) e Outras Terapias Naturais:

O CBD pode ajudar na regulação emocional e na redução da ansiedade e sono, em pacientes com TDAH. No entanto, seu uso deve ser avaliado caso a caso, pois não se recomenda como primeira alternativa para tratamento deste transtorno.

O TDAH não é uma doença e não envolve uma cura, mas sim um treinamento, adaptação e desenvolvimento de habilidades para evoluir com sucesso através de um tratamento personalizado e multidisciplinar. A combinação entre medicação (quando necessária), terapia, mudanças no estilo de vida e suporte familiar pode transformar a vida do paciente, ajudando-o a desenvolver seu potencial ao máximo. Se você ou alguém que conhece tem TDAH, saiba que há muitas opções para melhorar a qualidade de vida e encontrar estratégias eficazes para lidar com os desafios do dia a dia. O acompanhamento com um especialista é essencial para escolher as melhores abordagens para cada caso. Lembre-se: o TDAH não define quem você é, mas entender e tratar a condição pode abrir portas para uma vida mais equilibrada e produtiva!